Não há como negar que um dos sintomas mais comuns entre as pessoas com certeza é o fato de sentir dor.
Afinal de contas, isso pode acontecer por inúmeros fatores, que vão desde uma simples gripe até um possível câncer, por exemplo.
Diante disso, algumas pessoas costumam se perguntar: “quando devo me preocupar com uma dor?” Até mesmo porque, dessa forma, torna-se possível saber quando procurar pelo médico.
Quanto a esse respeito, há algumas coisas das quais é importante falar, haja vista que nem sempre essa é uma sensação simples.
Até mesmo porque, além de física, a dor também pode ser um evento sensorial e emocional desagradável para o organismo do ser humano.
Em diversos casos pode ser um alerta indicando um problema mais sério com a saúde e, em contrapartida, há momentos que não algo tão sério.
É por essa razão que a pergunta: “quando devo me preocupar com uma dor?” tem se tornado cada vez mais comum.
No mundo todo, estima-se que 1,5 bilhões de pessoas sofram de alguma dor crônica, com uma prevalência um pouco maior entre aqueles que possuem idade mais avançada.
Então, se você quer obter a resposta para “quando devo me preocupar com uma dor”, é só continuar nesse artigo que iremos falar tudo a respeito.
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Quando devo me preocupar com uma dor?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), somente no Brasil, estima-se que pelo menos 37% da população relatam sentir dor crônica.
No entanto, a questão é que muita gente não sabe exatamente qual a hora de procurar pelo médico por conta de uma dor.
Mas, uma das coisas das quais você precisa entender é que nem sempre a dor é um sintoma presente em todas as doenças.
O carcinoma basocelular superficial, por exemplo, é um problema em que o paciente sequer pode sentir dor.
Mas, outra coisa que também é importante salientar é que sentir dor nunca vai ser algo saudável ou normal.
É verdade que é um sintoma comum, mas não normal. Sentir dor, independente do local, é um indício de que há alguma coisa errada com o seu corpo.
Entretanto, pode indicar desde um problema mais grave até algo cujo tratamento é um pouco mais tranquilo.
Fora isso, há alguns componentes que são vitais para poder chegar uma conclusão se a dor é preocupante ou não, tais como:
- Idade do início dos sintomas;
- Localização exata da dor;
- Histórico familiar;
- Duração média do ataque de dor;
- Fatores agravantes.
O médico deve levar em consideração todos esses fatores para poder chegar a uma conclusão mais concreta e até mesmo para poder solicitar os exames mais adequados.
Mas, para aqueles que querem saber “quando devo me preocupar com uma dor?”, devem ficar atento aos seguintes fatores:
1. Padrão novo de dor
Se você costuma sentir a mesma dor sempre, esse já é um motivo para se preocupar. Mas, se há um padrão novo, que até então você não havia conhecido, é uma razão para se preocupar.
Para entender melhor, a hérnia de disco afeta intestino em casos mais graves, e esse acaba sendo um padrão diferente da dor que estava acostumado.
O que estamos querendo dizer é que uma dor de padrão fora daquilo que está acostumado pode indicar outra afecção preocupante.
Falando de forma geral, as dores primárias costumam se apresentar de uma forma relativamente estereotipada, em termos de duração, intensidade e sintomas associados.
Mas, no caso de ter saído desse padrão, é fundamental começar a investigar para ter a certeza de que não é um indício de algo mais grave.
2. Cefaleia súbita
Se por acaso você sentiu uma dor abrupta, explosiva e que atinge o seu ápice de intensidade em muito pouco tempo, isso já passa a ser preocupante.
É claro que esse sintoma pode indicar diversos fatores, mas, no geral, indica a ruptura ou distensão de um aneurisma cerebral.
Ou seja, trata-se de uma dilatação de uma artéria, a qual pode se romper e gerar uma dor intensa e abrupta.
Esse é um sinal de preocupação porque as dores comuns e benignas costumam começar leve, sendo que a intensidade pode aumentar de forma progressiva em alguns minutos ou horas.
3. Associação com sinais de infecção
Outro sinal de que você deve se preocupar com a dor que está sentindo é quando está associado com possíveis riscos de infecção.
Então, se por acaso você sente dor de cabeça, junto com sintomas como dores no corpo, calafrio, lesão de pele, falta de apetite, rigidez na nuca etc., você precisa ir ao médico o quanto antes.
Nessas situações, os sintomas podem indicar outros problemas como uma infecção pela bactéria H. pylori, algo que requer o tratamento junto com um gastroenterologista.
Fora isso, pode existir o risco de meningite, que é uma infecção nas membranas que revestem o cérebro, que requer um tratamento com um neurologista.
Então, se além de dor você também está sentindo outros sintomas típicos de infecção, procure por um profissional o quanto antes for possível.
4. Dor associada à atividade física
Se você começou a sentir uma dor de cabeça enquanto praticava alguma atividade física, é preciso ficar um pouco atento e preocupado.
Dizemos isso porque pode significar algum tipo de alteração vascular, como um aneurisma ou malformações arteriovenosas.
Isso pode acontecer porque o exercício físico acaba aumentando a pressão arterial e intracraniana também.
Então, dores de cabeça que acontecem durante uma prática esportiva pode indicar risco de sangramentos ou até uma lesão no compartimento intracraniano.
5. Dor em pessoas mais debilitadas
Pessoas mais velhas ou fisicamente mais debilitadas acabam tendo que ter um pouco mais de atenção ao sentir qualquer tipo de dor.
Nesse grupo de pessoas debilitadas, ainda incluímos aqueles que têm imunidade baixa, problemas de coagulação, crianças pequenas, gestantes etc.
Quando qualquer pessoa que faça parte desse grupo, ou por algum motivo esteja debilitada, deve-se ter a máxima atenção.
Isso porque, como esses pacientes possuem uma fragilidade maior, acaba que mesmo os mais simples dos sintomas podem indicar algo mais grave.
6. Dor com piora progressiva
Qualquer mínimo sinal de dor indica a necessidade de ficar um tanto atento, mas isso se torna ainda mais real quando o sintoma progride com o tempo.
No caso de a dor se mostrar pior a cada dia que passa, procure por médico para que ele possa fazer os exames.
É muito comum que isso aconteça com dores de cabeça. Mas, por ser um sintoma “comum”, muitas pessoas não dão a devida atenção, apenas tomam um remédio para passar.
No entanto, o mais adequado é procurar por um neurologista, já que esse tipo de evolução é algo bem típico de lesões que ocupam espaço dentro do crânio, como trombose venosa, abscesso, tumores etc.
A enxaqueca não costuma ter esse padrão e, por isso, não tente resolver esse problema apenas com base na automedicação.
7. Dor com sintomas neurológicos
Se por acaso você sentir uma dor que acompanha outro sintoma neurológico focal, deve-se obter um atendimento de forma imediata.
Portanto, atente-se a fraqueza muscular em alguma região do corpo, alteração da sensibilidade, visual, confusão mental ou até dificuldade para falar ou caminhar.
Quando esses sintomas estão juntos, pode indicar algum problema maior, como isquemias, trombose, abcessos, sangramentos, tumores etc.
8. Dor de cabeça pós-traumatismo
Se por acaso você sofreu algum traumatismo, é sempre importante ficar atento a qualquer sinal de dor de cabeça.
Isso acontece porque o trauma pode desencadear inchaço, contusões e até alguns sangramentos ao redor do cérebro.
Além disso, devemos citar que as pessoa mais suscetíveis a complicações de trauma são as crianças pequenas, idosos e alcoólatras.
Atente-se também para dores que possam surgir fora do local exato da batida, bem como secreção saindo pelo nariz ou ouvido após a pancada.
Fique atento também aos possíveis hematomas atrás da orelha ou que ficam abaixo dos olhos.
Quais são os tipos de dor?
Agora que você já sabe “quando devo me preocupar com uma dor”, é importante entender também que existem diferentes tipos de dor.
Isso é importante porque possibilita um diagnóstico mais preciso e, por consequência, um tratamento mais adequado.
Dentre os tipos de dor, citamos os seguintes:
Dor inflamatória nociceptiva
Trata-se de uma dor que tem relação aos danos nos tecidos, onde acontece uma resposta inflamatória.
Aos que não sabem, a inflamação nada mais é que uma resposta coordenada do sistema corporal, a qual serve justamente para ajudar a curar os danos nos tecidos.
Esse tipo de resposta envolve produtos químicos presentes no sangue e sistema imunológico, mas também envolve alguns que são liberados pelas fibras nervosas especializadas.
Todas essas substâncias se comunicam entre si para que possam ajudar a coordenar a reparação dos tecidos.
Fora isso, pode existir um certo sinal de lesão no tecido, como vermelhidão, inchaço, amarelecimento da pele, sensibilidade ao movimento e ao toque.
Dor referida
Nada mais é que a dor percebida em um local diferente daquele que apresenta o estímulo doloroso.
Na grande maioria das vezes, ele se origina em um dos órgãos viscerais, mas o paciente acaba sentindo na pele ou em outra parte interior do corpo.
Isso acontece devido ao fato de que os sinais da dor das vísceras viajam pelas mesmas vias neurais que os sinais de dor da pele.
Dor nociplástica
Esse é um tipo de dor que acaba por refletir as alterações no funcionamento dos sistemas imunológico e nervoso.
Quando isso acontece, pode ser generalizada, amplificada ou ainda envolver diversos tecidos, como corpo e vísceras, e também possuir maior intensidade.
Alguns sintomas comuns desse tipo de dor são:
- Mau humor;
- Problemas de memória;
- Sono insuficiente;
- Fadiga etc.
É por essa razão que esse tipo de dor tem uma grande ligação com condições como dor pélvica crônica, lombalgia crônica, fibromialgia etc.
Por isso que uma das coisas que fazem parte no tratamento desse tipo de dor, a depender da situação, é uma alimentação mais regrada e específica.
Nesse sentido, a nutricionista Juliana Borges é capaz de contribuir para que o paciente tenha uma melhora desses sintomas.
Fora isso, deve-se citar que a dor nociplástica não responde a grande maioria dos medicamentos. Na verdade, exige um programa de cuidados sob medida, os quais envolvem tratamento de fatores como:
- Humor;
- Trabalho;
- Fatores sociais;
- Estilo de vida;
- Atividade etc.
No geral, para se ter sucesso no tratamento, é vital ter uma abordagem multidisciplinar. Por essa razão é importante passar pelo médico especialista em dor, para que ele ajude no tratamento.
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