Modalidade é lúdica e uma oportunidade para idosos e crianças
O sedentarismo acarreta inúmeros problemas de saúde, como obesidade, doenças cardíacas e diabetes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 500 milhões de pessoas no mundo vão desenvolver doenças diversas até 2030, devido à inatividade física.
O bungee dance é uma opção de modalidade de treinamento físico e traz diversos benefícios ao corpo humano. O bungee workout, como também é conhecido, é uma categoria de dança aérea, que mescla movimentos performáticos e exercícios cardiovasculares intensos.
Esse tipo de treino físico possibilita queimar calorias e tonificar grupos musculares. Além disso, o praticante ainda desenvolve a elasticidade do corpo e potencializa suas capacidades motoras. Com isso, os alunos podem sair do sedentarismo e ainda se divertir durante as práticas.
O bungee dance exige que seja armado um arnês, uma espécie de cinto de segurança em volta do corpo do praticante, ligando-o a uma corda elástica fixada no teto. Os equipamentos de segurança protegem o corpo do aluno e diminuem o grau do impacto dos movimentos.
Quanto mais o praticante se afasta do ponto de ancoragem, onde foi fixada a corda elástica, mais difícil fica de se mover e, com isso, é trabalhada a resistência do corpo. De modo geral, as coreografias trabalham com a postura e o condicionamento cardiorrespiratório.
O bungee dance possui diversos movimentos, como o burpee, o salto e o slide. Além disso, as aulas duram 40 minutos em média, não tendo alta duração por ser um treino de alta intensidade (HIIT). Porém, conforme o aluno for se desenvolvendo, o tempo das práticas pode ser estendido.
Os elementos coreográficos desta modalidade potencializam ludicamente os alunos, por isso a prática se torna uma opção atrativa para reabilitações e complementações de treinamentos funcionais.
A modalidade desenvolveu-se, recentemente, na Tailândia, mas a sua origem está ligada às atividades circenses. A mescla entre o exercício físico e a dança começou a ser pensada e colocada em prática na Alemanha, nos Estados Unidos e na França ainda no século XX.
Além dos estúdios e academias de ginástica, o bungee dance é utilizado também em grandes apresentações de circo. O Cirque Du Soleil, a maior companhia circense do mundo, mistura dança e resistência física em suas performances há anos.
Benefícios do bungee dance
O jornal Frontiers in Human Neuroscience publicou uma pesquisa do Centro Alemão para Doenças Neurodegenerativas de Magdeburg que indica que as atividades físicas são como antídotos para o envelhecimento do cérebro e a dança é uma opção de exercício muito positiva. Os movimentos coreográficos ajudam a retardar ou até prevenir a perda de memória e a chegada da demência.
Ainda segundo a pesquisa alemã, a dança desenvolve o equilíbrio dos praticantes, possibilita o emagrecimento e exercita os músculos. De acordo com a especialista Thais Emes, em entrevista ao Globo Esporte, o bungee dance, em específico, auxilia no fortalecimento da região abdominal e da estrutura muscular como um todo.
As acrobacias trabalham com estímulos cardiorespiratórios e reforçam o aperfeiçoamento da postura corporal. Devido à intensidade da dança aérea, os alunos ainda adquirem mais força e se sentem mais dispostos para as atividades diárias, segundo Emes.
A especialista destaca que o aspecto mental também colhe benefícios do bungee dance, afinal, essa atividade ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade. Estando ativo, o aluno sente o ganho de autoestima e consegue, inclusive, socializar-se com outras pessoas durante as práticas.
Cuidados ao praticar o bungee dance
O bungee dance é um exercício intenso e estimula diferentes partes do corpo, por isso, seus praticantes devem estar atentos a diversos pontos de cuidado. Uma pesquisa medicinal do Centro Universitário Padre Albino (Unifipa) indica que a desidratação afeta a concentração, o grau de velocidade, o tempo médio de reação e a coordenação motora durante um exercício físico como o bungee dance.
Em sua entrevista ao portal GE, Thais Emes aponta que pessoas com histórico de lesão – como no joelho ou hérnia de disco – devem ter cuidado redobrado, buscando inicialmente um médico para diagnosticar a possibilidade ou não de praticar o bungee dance.
Ainda segundo Emes, gestantes e indivíduos com problemas no quadril devem evitar o bungee dance. Também estão nesta lista pessoas que tenham diagnóstico de câncer linfoma e aquelas com restrição a atividades cardiorrespiratórias intensas.
A escolha da roupa a ser usada durante a atividade física é um ponto crucial, pois pode afetar a performance – devido às acrobacias – e bem-estar do aluno. A intensa dança aérea exige roupa leve e que permita a regulação termo-corporal adequada. O top feminino é uma opção apropriada, principalmente por causa da modelagem anatômica.
Idosos, pessoas com obesidade e crianças
A educadora física Thais Emes indica que o bungee dance possibilita que o aluno perca cerca de 700 calorias por sessão, sendo uma oportunidade para indivíduos com quadro de obesidade. No entanto, o praticante deve consultar o médico, realizar exames e conversar com o educador físico antes de começar o exercício.
Essa modalidade de treinamento não possui restrição de idade nem exige que o interessado já tenha tido algum contato com atividades físicas em geral. De acordo com a profissional Carolina Simões, em artigo no Blog Pilates, idosos podem realizar o bungee dance, afinal, ocorre o desenvolvimento do equilíbrio, da musculatura e da capacidade motora.
Crianças também podem praticar a dança aérea, já que esse exercício permite o gasto de energia – indicado para essa faixa etária – e aflora o sentimento de bem-estar social, aprimorando os rendimentos escolares, por exemplo. Ainda segundo Carolina Simões, o bungee dance é uma oportunidade também para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e síndrome de Down.
